Sábado, 27 de Fevereiro de 2010
MATINAS

 

Mação, há instantes, do alto do meu sótão.

 

Sem a anunciada tempestade mas com todo o tempo do mundo para, no sábio dizer do nosso querido Gil " nos  lavarmos de nostalgia a cada manhã que abrimos o blogue."

Bom fim-de-semana para todos.

antónio colaço



publicado por animo às 11:02
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Sexta-feira, 26 de Fevereiro de 2010
GIL.SÓ EU SEI PORQUE NÃO FICO EM CASA!

 

 

 

 

 

 

Gil, de verde vestido, fazendo jus ao "só eu sei...."

 

Parafraseando Garrett, movem-me as instâncias de um amigo e resolvi

 “entrar”. Na verdade, o Peres tem esse condão de incendiar os ânimos, mesmo os mais acinzentados, com aquela sua hiperactividade, que não esmorece com a idade; é daqueles que nunca envelhecem, pelo menos em espírito, um espírito que muito gosta de meter os outros a caminho, ou eu não o conhecesse bem! E vem a sua insistência comigo, a propósito do desabafo de um companheiro, que, aliás, não quis identificar, e que acha um desperdício gastar o seu precioso tempo com saudosismos passadistas, que é o que ele acha dos encontros de ex-seminaristas.

 

 

 

Gil e Mário Pissarra

 

Claro que o Pissarra, puxando dos galões e do espírito frontal que sempre o caracterizou, elevou o desabafo à máxima potência, fazendo estalar uma espécie de polémica (sempre útil para agitar os blogues) e brindou-nos com uma oração de sapiência sobre a arte de envelhecer, que a todos poderá aproveitar, mesmo a mim, que às vezes penso que já sei tudo, como frequentemente me acusam os filhos e os alunos, obrigando-me a tomar chávenas de humildade.

      

Há, na verdade, mil e uma razões para não se gostar de regressar ao passado, como bem enumera o cronista referido, concordando eu, grosso modo, com a sua escolha como primeira opção, a 5ª. E permito-me esmiuçá-la e internar-me catarticamente no meu caso pessoal: sou avesso a grandes agitações, sobretudo a grandes exposições, porque também tenho os meus complexos e as minhas fobias e, apesar de o reconhecer, o que já é meio caminho andado, como diz o nosso filósofo, não deixa de ser limitativo. Depois, é aceitável que se goste de recordar episódios gratos e inesquecíveis de um passado em que se geraram grandes cumplicidades e, consequentemente, grandes amizades, mas e os outros, os comprometedores? Se calhar, só agora, que começamos a “entrar na provecta” é que estamos dispostos a ignorá-los, para não perdermos os gratos.

 

 

 Gil e Pissarra

 

 

 Ah! os blogues, assim como o nosso, fazem milagres, libertam-nos de fantasmas e avivam-nos a memória para os bons velhos tempos. Sim, não é fácil ganharmos coragem para ombrear com a coragem e a qualidade poética do Carrilho, com o misticismo e empenhamento cívico do Colaço, a simplicidade despreconceituosa do Virgílio ou a convicção clubística do Ângelo (e a mais não me atrevo por me faltarem os adjectivos…), mas, assim mesmo, lavamo-nos de nostalgia a cada manhã que abrimos o blogue.
      Foi lá que revi amigos de infância, como o Canhoto, que nos matava a fome da malcheirosa “leiteira” e do inusitado feijão pequeno (sobretudo para gostos mal amanhados como o meu, demasiado rotinado nas couves e nos nabos bem untados), com pacotes de aromática manteiga que lhe faziam chegar os pais “americanos”. E, ao recordá-lo, me recordei das “coboiadas” com os de Penha Garcia e Medelim, nos fins de semana de chuva, no sótão do Seminário de Gavião, em que os restos dos tubos das camas serviam de pistolas (sabia lá eu, um bicho do mato do pinhal, iluminado a petróleo e apenas mestre na porca, no pião e nas rodas, o que eram bolas, berlindes e índios e cowboys!).
 
      E foi lá que eu tive conhecimento de “ericeiras” e “abrantes” e me empenhei a ajudar a mover “pergulhos”… E foi no Pergulho, no reeditar de duelos antigos com o Pissarra, como fica documentado pela fotografia do Zé Ventura e testemunhado, entre outros, pelo Silvério, que provei do suave veneno da revisitação, quando ele me recordou antigos pormenores desses nossos embates, que ele levava tão a sério, como se vê, e eu, um pouco mais falho de memória, e por isso mais desculpável, me vou atrever a interpretar, finalmente, mesmo que à revelia dele, abrindo o peito às balas da sua verve torrencial: eu invejava-lhe a inteligência e a capacidade de trabalho, às vezes um tanto ostentosa, e ele, penso, invejava-me tanto a habilidade física e desportiva que, quando encontrava buraco nesse meu campo predilecto o preenchia logo.
      Então, Marinho, está resolvida a minha crise de identidade sexagenária? Estarei a caminho da sabedoria?
 
      P.S.  Subscrevo a opinião do cirúrgico Colaço: “É um privilégio saber-te em forma”. Vale Frater!
 
Gil
 

 

Pissarra e Gil, no hoje dos dias, no Pergulho.Foto Zé Ventura.

 

NR

É outro grande momento aquele que acabamos de "dar à estampa".

O privilégio do editor, o poder comentar na hora, hoje, fica por aqui, apenas para sublinhar o privilégio deste exercício que a todos nos convoca. Obrigado, Gil, pela pacífica enxurrada de lágrimas de que te dei conta ao almoço, hora a que dei conta das tuas palavras.Os sublinhados são por conta da casa. Mas quero voltar ao teu texto, aí isso quero!!!! ac 



publicado por animo às 17:51
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MANUEL CARDOOOOOOOOOOOSO.NEM PENSES QUE TE LIVRAS DE NÓS!!!!!

Boa tarde, meu caro João.
Antes de tentar dar resposta ao repto que me lanças, quero dizer que é com tristeza que fico por não poder participar na jornada de trabalho do próximo dia 6 de Março em Alcains: é que nesse mesmo dia realiza-se aqui em Proença-a-Nova a V Jornada Diocesana da Pastoral Familiar, na qual estou comprometido.

E já agora dizer que também não vai ser fácil estar em Alcains a 24 de Abril, por ser a festa de S. Marcos no Pergulho, e ainda no mesmo dia decorrer em Proença-a-Nova o encontro de antigos alunos, professores e funcionários do Colégio Diocesano, o que abrange igualmente muitos condiscípulos nossos. Mas fiquem sossegados os que quiserem participar em ambos os encontros, pois o de Proença-a-Nova teréá início apenas ao fim da tarde (ver programa em www.cm-proencanova.pt).
 
E porque ´"dás a ferroada", apesar de não ter pedalada para acompanhar os outros escribas vou, a propósito do "incógnito" que diz não ter tempo para "estes encontros" por andar demasiado ocupado e os mesmos nada lhe dizerem (ou talvez por não querer reviver momentos que considera maus), vou contar-te uma curta parábola:


Precisava certo homem de, com urgência, construir uma casa. Para além de ser muito atarefado, o único terreno que podia ocupar não era dos mais preparados. Deitou mãos à obra, foi construindo como sabia e podia, umas vezes só e outras com a ajuda de familiares, amigos ou vizinhos dando, como é lógico, cada qual a sua opinião sobre a melhor maneira de fazer as coisas e, quando se preparava para gozar o conforto da sua casa concluída e mobilada, começou a reparar que pelo meio de muitas coisas lindas havia outras defeituosas, sobretudo numa parede que não estava lá muito alinhada com as demais. Cogitando sobre o assunrto, concluiu que só havia duas coisas a fazer: aceitar o que estava feito e considerar que, apesar de não ser uma obra de arte, no seu conjunto era uma obra sólida e que oferecia conforto, ou deitar abaixo a parede, o que implicava destruir quase todo o edifício. Embora com mágoa, aceitou a primeira hipótese, passando a encarar as coisas com naturalidade. É que todos os pormenores faziam parte do conjunto.


Assim a nossa vida, com tudo o que tem de bom e menos bom. E os momentos menos bons devem ser devidamente avaliados, por forma a servirem de lição e não voltarem a repetir-se.
Um abraço

 

Manuel Cardoso

 

NR - Manuel, Manuel, tu nem penses que o S.Marcos te autoriza a não dares, pelo menos, um pulinho a Alcains!!!

 

 

Então e o famoso conjunto?

Que será de nós, depois que ressuscitámos o nosso querido Carreiro?!

Tu vê bem no que te metes!!

Tu vê bem no que nos metes!!!!

Bom, bom!

Olha que mando daqui um gritoooooooooooooooooooo que ecoe pelo PERGULHO acima e vens tu, por aí abaixo, a toque de caixa pela mão do ....S.Marcos!

 

Pessoal, olho nele!!!

Depois de todo este trabalhinho, depois da canseira do Pergulho onde te esfalfaste com os nossos amigos de Proença, ias agora dar de frosques?!

hein???

-Oh, meus amigogigi, non habia nexexidade!!!

 

 

 

 

ac


 
 
 



publicado por animo às 17:37
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SILVÉRIO.O QUE SOMOS E PARA ONDE VAMOS?

 

 

Crónicas ao acaso. O que somos e para onde vamos?
 
Li o texto do Mário e depois as notas do António Colaço. Está lá tudo o que é essencial. Eu bem tinha desafiado a que alguém com unhas pegasse no tema de indagar sobre a razão de saber porque é que nós estamos metidos nisto, porque é que de repente nos entregámos a reavivar e a cultivar amizades e relacionamentos tão longínquos e que pareciam perdidos.
 Fundamentadamente e com a erudição necessária, sem ser exagerada, aí temos nós a resposta, a hipótese 5, sem dúvida.
Agora o que é necessário é densificar o conceito e termos o engenho e a arte de lhe ir dando conteúdos concretos ao longo do tempo.
Estamos ao que parece no bom caminho para, revisitando a adolescência, podermos passar o resto do tempo que nos for concedido (não gosto muito da palavra velhice) com alguma sabedoria, saboreando a riqueza da amizade e da solidariedade, exercitando a mente.
Não há, pois, nada de substancial a acrescentar ao que magistralmente foi escrito pelo Mário.
Mas, ainda assim, deixem-me também discorrer um pouco sobre o tema.
Não tanto sobre a pergunta do Zé Duque, que já foi respondida, mas antes sobre os quatro parágrafos do colega não identificado.
Eu penso que ele teve a coragem de dizer o que outros pensam mas não dizem.
Com efeito, o que nos poderia motivar para ir aos encontros da Buraca nos moldes em que vinham ocorrendo? Não era muita coisa, na verdade.
Eram encontros baseados numa missa, muito participada, é certo, mesmo que alguns não tornassem a pôr os pés numa Igreja até ao Janeiro seguinte, e nuns breves momentos de convívio. No resto adeus até para o ano.
Porém cabe perguntar: E quanto a nós se alguém nos interpelar para qualificarmos o nosso Movimento o que diríamos? Quem somos nós que, de repente, aparecemos, vindos da tal lufa-lufa da vida com vontade de transformar/tomar o mundo, o nosso pequeno mundo? O que é que nos move? Será mesmo só aprender a envelhecer? Não deveremos questionarmo-nos se quem está um pouco mais afastado não terá toda a legitimidade para desconfiar de nós?
Que direito temos em nos arvorarmos em guias, em faróis, seja de quem for?
A resposta a estas questões não é neutra nem deve ser desprezada. Penso que deveremos debater o tema.
Emitindo uma modesta opinião, como é que eu nos vejo?
1. Como um Movimento (uso esta palavra por simplificação de exposição) que é apolítico, laico, não elitista e suficientemente elástico para nele caberem os que professam os mesmos valores.
Um movimento apolítico, no sentido em que não deve defender nenhuma cor política, que não interfere com as opções de cada um e que as aceita.
Um movimento laico, no sentido em que deixa para o domínio íntimo de cada um as suas opções religiosas, mas que não deixa de ter em conta que a fé cristã é um valor em que todos nos revemos. E não excluindo que nos nossos eventos e encontros possam caber actos religiosos, obviamente, de participação facultativa.
Um movimento não elitista, onde ninguém deve ser admitido ou excluído em função de profissão, condição social, estado civil, língua, religião, ou qualquer outro critério de idêntica natureza.
2. Relacionamento com a estrutura hierárquica da Igreja Diocesana. Penso que é de toda a importância que possamos ter a Igreja Diocesana como interlocutor privilegiado. Por razões óbvias que agora nem haveria espaço para desenvolver.
3. Como Movimento, significando que não queremos ficar parados no tempo nem no espaço, deveremos admitir evoluir para formas mais aperfeiçoadas de relacionamento e de estruturar a nossa existência colectiva. 
Enfim. Penso que este debate terá que ser feito entre nós. Quem quer dar mais achegas e, sobretudo, discordar?
Um abraço
 
Silvério Mateus
 


publicado por animo às 17:35
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HELP

 

Caríssimos,
 
   É quase meio-dia de sexta-feira, dia 26 de Fevereiro, dia dedicado à localização dos que chegaram  a Alcains em 1959/60 e, se ontem à tarde, não sabia onde encontrar ninguém.... ,a esta hora, continuo....SEM NENHUNZINHO!!!
 
  Será por não ter publicado a lista? Será por o pessoal se encontrar cansado?
 
  A lista, como o aduzi, foi publicada no blog no dia 4 de Fevereiro, começa no ABILIO NUNES e.... termina no SEBASTIÃO VICENTE BARATA.
 
   HELP....HELP....HELP.......................................................................................................................................................!!!
 
   Abraços
 
   JP


publicado por animo às 12:54
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Quinta-feira, 25 de Fevereiro de 2010
JOÃO PERES PROMETE PONTO DA SITUAÇÃO. ANIMUS PROPÕE ALMOÇO DE TRABALHO A 6 DE MARÇO EM ALCAINS!

Caríssimos,
 
      No dia 4 de Fevereiro o blog publicava os nomes dos que passaram por Alcains entre 1959/60 e 1972/73. Nos últimos dias fomos, com sucesso relativo, localizando quase todos como vos EXPLICITAREI em PONTO DA SITUAÇÃO dentro de poucos dias. Só falta ir à procura dos primeiros, que serão os últimos pela simples razão de que desses....  temos localizados....NENHUM.
 
     É mesmo caso para dizer: QUEM ME DESENRASCA AGORA? A lista pode ser consultada no blog, no dia 4 de Fevereiro.

 

João Peres

 

 

 

ÚLTIMA HORA

É um crime, meu caro Mário, introduzir ruído na ementa que nos serviste.

Espero que a maior parte dos nossos amigos se delicie a saborear as tuas sábias palavras...só que!

 

Fala-se, algures, de lampreia, sim, mas.... Alcains, a preparação do 24 de Abril, espera-nos para um almoço de trabalho.

 

Hoje mesmo acertámos a data com o Pe Castanheira para nos encontrarmos no Sábado, 6 de Março, lá, em Alcains, pelas 11h.

E depois almoçaremos na Herdade do Regato (?)  que até pode meter a dita lampreia!

 

QUEM SÃO OS VOLUNTÁRIOS QUE QUEREM INTEGRAR A "COMISSÃO DAS FESTAS"?

 

O nosso mail aguarda por respostas e....por PROPOSTAS!!!!

 

2

Recomendamos aos nossos amigos que só agora chegaram aqui que percorram a animus de fio a pavio para perceberem o que está a passar-se.Não é possivel estar a repetir a toda a hora o que é que nos move e para onde é que nos movemos.

De qualquer forma sempre adiantaremos que "ALCAINS.24 DE ABRIL 2010 - SOMOS MUITOS, QUEREMOS SER MUITO MAIS", não é um fim em si mesmo.Ou seja,a cada dia que passa, AGORA MESMO, o REENCONTRO com um novo amigo que chega ACONTECE.

Pessoalmente, não me interessa a quantidade, ou seja, não pretendo passar a vida à procura de todos e cada um de nós dos que ao longo da década de 60 passou pelos nossos Seminários e sim que aqueles que livremente quiserem reencontrar-se o façam com a QUALIDADE de quem quer aproveitar o tempo que resta para, numa sábia combinação entre o passado que fomos e o presente que somos, sobre todo o tempo do mundo para darmos novos mundos ao nosso próprio MUNDO.

Ou seja, não me interessa nenhum "5 de Outubro" ou "25 de Abril" de nós, quais datas estafadas para celebrar coisas acontecidas e sim o HOJE DOS DIAS, para celebrar o tanto que AINDA nos falta FAZER ACONTECER.

Desenganem-se os que nos julgam uma qualquer brigada do reumático.

É melhor que fiquem em casa, sim, mas que ninguém ouse limitar-me o direito a querer reencontrar-me com aqueles com quem briguei, com quem andei à chapada, com quem partilhei as cartas da primeira e clandestina namorada,

Por mim, só quero mesmo continuar a partilhar a alegria que sinto já HOJE, em saber que ainda estou vivo, e que estão vivos aqueles com quem comecei a perceber de que eram feitos os dias fora do seio familiar, única trincheira segura que até então conhecia.

 

Saber que PODEMOS CONTAR UNS COM OS OUTROS, HOJE, OUTRA VEZ, basta-me, e isso, a animus com todas as suas limitações ( com todas as suas versões, desde meados da década de 80,na tarefa de reencontrar os  DO meu próprio ano, 1963, é bom que o saibam) tem ajudado.

E, melhor, a saber que posso CONTAR com NOVOS AMIGOS entretanto feitos nos tantos reencontros já acontecidos com os Adrianos, os Ângelos, os Ciprianos... eu sei lá, que nunca conheci mas que, HOJE, já não posso passar sem dizer, PÔRRA AINDA BEM QUE TE CONHECI!

Desculpem, mas isto estava cá dentro a querer saltar! 

Alcains 24 de Abril, para mim, já está a acontecer há muito em cada dia que passa.

 

O almoço de trabalho vai ser isso mesmo, combinar as duas ou três coisas absolutamente essenciais, não mais, por que o resto, o tanto para dizer, não precisa de grandes programações, está cá dentro de cada um de nós, a vibrar, em palpitantes vibrações.

Foi isto que ontem, querido Pe Castanheira, lhe quis dizer, mais ou menos, quando lhe falava da procura de um OUTRO e NOVO SACERDÓCIO.

 

antónio colaço



publicado por animo às 20:10
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Quarta-feira, 24 de Fevereiro de 2010
SER SÁBIO PARA ENVELHECER COM SABEDORIA

 

Por onde andaram os dos anos 60?
 
            No encontro da Buraca, o meu amigo José Duque voltou a fazer-me, pela terceira vez, a pergunta: «por onde andaram -- até agora, subentendo eu -- os ex alunos dos anos 60? Vou enfrentar a pergunta de peito feito e aberto e tentar responder-lhe. Já antes tinha tido o grato prazer de cavaquear numa longa/curta tarde, no Sardoal, com o José e o António Duque na companhia do José Mora Alves. Verifiquei que o José Duque continuava a ter o coração próximo da boca enquanto o mano António se resguardava mais na sua calma e fleuma. Há poucas hipóteses de errar se disser que, em Alcains, o Monsenhor José Maria Félix considerou o primeiro primário e o segundo secundário quando estudou os seus temperamentos. (Lembram-se dos questionários para determinar o nosso temperamento? Os santos e cientistas que nos poderiam servir de exemplo, os aspectos positivos e os que era necessário combater, a hierarquia dos temperamentos, etc. Talvez um dia volte a este aspecto.)
            Voltemos à pergunta do José Duque.
1. Admitindo que não há nenhuma ponta de ironia, nenhuma pitada de provocação ou nesga de insinuação na pergunta, respondendo santanisticamente, diria: andámos por aí a tratar da vida. Quase sempre numa lufa, lufa e com pouco tempo para nos ocuparmos de coisas de somenos importância como foi a passagem, para muitos por imposição e a contragosto, pelo seminário. As urgentes tarefas do presente não permitiam o luxo de nos preocuparmos com um passado longínquo.
2. Só que a pergunta do José Duque é paradoxal, senão impossível. Se o tempo e a idade ainda continuam a ser o que eram, em que anos é que o José Duque frequentou o seminário de Alcains? Será que, qual Descartes de trazer por casa, passei o tempo todo a sonhar enquanto o tive como colega em Alcains? Terá o José um duplo ou será o primeiro exemplar concreto da metempsicose? É que o José Duque, ao fazer a pergunta, exclui-se dos anos 60 quando efectivamente ele consta dos registos e listas religiosamente actualizadas e guardados do J. Peres.
3. A pergunta do José Duque é tão interessante pelo que mostra como pelo que oculta. Mostra que o José Duque é doutro tempo. Ou seja, ao entrar e ter contribuído para os encontros da Buraca desde muito cedo deixou-se contaminar pelo tempo, diria o filósofo católico Jean Guiton. É verdade que sempre foi encontrando honrosas e resistentes excepções dos anos 60 (Salve, Manteigas!), mas viu sempre afastar os que do seu tempo se foram aproximando… A título de hipótese, admito que o José Duque, num qualquer sentido, passasse a ser uma pessoa doutro tempo. Vamos ao que a pergunta oculta: apareceram por aí uns atrevidotes, pseudo-revolucionários, que julgam ter descoberto a pólvora, um tal Colaço, Peres, Silvério e outros, possuidores de uma entusiasmo infantil, que nunca apareceram, … a querer realizar encontros e dinamizar a associação dos antigos alunos da diocese de Portalegre e Castelo Branco, mas por onde andaram eles agora? Armaram-se de telemóveis, computadores, redes sociais, blogs e outras modernices e querem fazer frente à velha máquina de escrever, aos envelopes e selos do «veterano patriarca» Heitor… Talvez venham por lã e volvam tosquiados…
4. Telegraficamente a pergunta transforma-se: Por que não têm aparecido na Buraca? Há inúmeras respostas possíveis. Vou elencar apenas algumas hipóteses.
Hipótese.1: Faço minhas as palavras de alguém que, ontem, no blog, dizia que aqueles encontros não lhe diziam nada e, portanto, os poucos dos anos 60 que iam aparecendo, pelas mais diversas razões não se sentiam atraídos para voltar.
Hipótese.2: muitos dos ex-alunos dos anos 60 nunca souberam da existência dos encontros e da associação. Hipótese muito plausível e sustentável dada a pouca organização e comunicação. Atenção que o reconhecimento destes factos não belisca em nada o trabalho e a boa vontade de quem manteve acesa a chama!...
Hipótese.3: Surrealista e luso-socrática: confundiram a Buraca com um buraco. O que se passa num buraco não tem visibilidade devido à ausência da Luz. Daí não se segue que o que não se vê não exista… [Esta hipótese é só para testar ( atenção, Colaço!) e ver se há liberdade de expressão cá pelo burgo].
Hipótese.4: a associação dos antigos alunos tornou-se prisioneira da geração inicial e não soube, não pode ou não a deixaram integrar as diferentes gerações de ex-seminaristas.
5. A minha hipótese.5 é também a minha resposta pessoal. A vida tem fases ou, como diria o psicólogo e psicanalista Erik Erikson, idades e cada idade vive uma crise. Muitos de nós vivemos uma das crises mais importantes da vida no seminário, a da adolescência. É a crise da identidade versus dissolução. A superação desta crise permite-nos saber o que queremos ser, construir a nossa identidade sexual, fazer projectos de vida, etc., e na sua vivência têm um papel essencial as experiências e as amizades. Agora que os dos anos 60 se aproximam dos 60 anos de idade, vivem uma outra crise – integridade versus desespero -- que urge ultrapassar. Creio que é natural que nós queiramos integrar todos os momentos da nossa vida. Do sucesso dessa integração, sobretudo de momentos tão marcantes como os da adolescência depende a sabedoria com que encararemos a nossa velhice. Ser sábio, neste contexto, é integrar todas as vivências ao longo da vida, assumi-las, relativizá-las, rir-se delas e, por fim, fazer um balanço positivo: valeu a pena!
 A alternativa não é entusiasmante: não integrar as suas vivências é transformar-se num velho, rezingão, ressabiado com tudo e com todos, que só sabe dizer mal, etc. Gostaria que cada um de nós pudesse viver a sua velhice com sabedoria. Estamos no tempo de a começar a integrar para a construir.
6. Com uma especial saudação para os manos Duques, ocasião para esta prosa, concluo:
(a) Eu precisei, e creio que outros também precisam, de integrar a passagem pelo seminário na história da minha vida;
(b) A passagem pelo seminário precisa de ser integrada, mas isso nada diz sobre o seu lugar, importância, valoração, etc. Isso é trabalho de cada um;
(c) O facto de se ir aos encontros já significa a atribuição de alguma importância à passagem pelo seminário: vai-se para encontrar algo;
(d) Sair dos encontros e dizer que não lhe dizem nada é, no mínimo, um desabafo e um desafio: como organizá-los para que se tornem significativamente mais ricos para todos?
            Espero reencontrar o António e o Zé Duque, entre muitos outros, em Alcains. Já agora conhecer o Arménio Duque e muitos outros!
 
Mário Pissarra 
 
NR
1.Meu caro Mário, tal como pediste, na edição, acrescentei alguns sublinhados e permiti-me chamar a título a sabedoria para que nos convocas.
 
2.Não quero monopolizar o que quer que seja, mas quero reivindicar, deste texto, não a sua autoria mas a pequena velhacaria de te obrigar a pensar para nós! Eu sabia que o meu silêncio de ontem, e a chamada de atenção para o  texto daquele amigo que o João me fez atravessar no caminho, só podiam terminar neste chão de pepitas que agora nos cabe escavar.
É um privilégio saber-te em forma. Assim, vai ser mais fácil envelhecer. Envelhecer com sabedoria. Vou voltar noutro dia!
Obrigado Mário!
PS
Espero que percebas porque editei a foto do teu primeiro dia de ...reformado! Foi aí que te conquistámos e descobrimos que, afinal,agora, sim, é que estás em (re)forma!!!!
antónio colaço
 
 
 
 

 



publicado por animo às 19:56
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ALCAINS 24 DE ABRIL.DE HOJE A DOIS MESES!!!

 

Caríssimos,
 
      De hoje a dois meses, estaremos todos em Alcains. A esta hora, temos de marcar a tarefa para amanhã: LOCALIZAR os de 1972/73.

 

 (NR:Os que entraram em Gavião em 1970, assim, encerrando a década!).

 

Teoricamente é a mais fácil, até hoje. Eles são SÓ 14 e já sabemos do Carlos José Alexandrino Beato, do Ilidio Manuel Nunes Pinto Cardoso e do José Henriques Mateus Dias. Andamos, pois, no encalço de:
 
ABILIO NUNES MARÇAL
ANTÓNIO DAMAS DOMINGOS MESQUITA
ANTÓNIO MANUEL RIBEIRO ANTUNES
CARLOS MARÇAL CRISOSTOMO
FERNANDO JOSÉ SOUSA GONÇALVES MAGALHÃES
JOÃO ANTÓNIO CARDOSO
JOÃO TAVARES RAMOS
JOSÉ DA CONCEIÇÃO GARCIA
MANUEL LOURENÇO NUNES
MANUEL ANTÓNIO RIBEIRO
JOÃO JACINTO BARATA ANTUNES PRETO
 
Um abraço
 
João Peres

 



publicado por animo às 19:08
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QUATRO PARÁGRAFOS DEMOLIDORES.HÁ RECEITA PARA ESTAS DORES?

 

 

 

Caro João Peres
Agradeço o envio das fotos e os mails, mas eu pessoalmente não estou muito interessado naquele tipo de reuniões que não me dizem nada.
 
Fui apenas porque os irmãos e um amigo insistiram, mas não me revejo naquele tipo de iniciativas, pelo menos nos moldes que costumam ser. 
 
Além disso tenho uma actividade demasiado intensa que pouco tempo livre me deixa.
 
Agradeço e louvo o empenho dos interessados. Boa sorte.
 
Um abraço
 
(preservamos identidade)
__________________________________
NOTA DA REDACÇÃO
 
1.O João Peres teve a amabilidade de me reencaminhar o mail que, por minha única iniciativa e responsabilidade, tomo a iniciativa de publicar, preservando, para já, a identidade do autor.
 
2.Coincidência, ou não,o silêncio de ontem tem uma explicação.
 
3.Agradecendo ao nosso amigo o tempo que roubou à sua " actividade demasiado intensa" e querendo perceber, em cada dia que passa, se o que aqui se diz, faz e planeia fazer, nos diz alguma coisa, ou, pelo contrário "não nos diz nada"  e na tentativa de encontrar outros "moldes" de melhor fazer, tomo a liberdade de deixar esta mensagem à consideração de quem sobre ela quiser tecer os comentários que entender.
 
Em nome do meu próprio nome, mas, se quiserem, em nome de todos os nomes - daí o sentido das imagens - eu próprio adiantarei a minha opinião.
 
Obrigado
antónio colaço
 
 


publicado por animo às 11:28
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SILVÉRIO, AS PERIPÉCIAS DE UM ANIVERSÁRIO OU DE COMO DEMOS CABO DA BATERIA DO TLM.SALVAM-SE AS QUADRAS PARA CARRILHO!

 

Silvério e Carrilho, uma espécie de frente a frente marcado no tempo!

 

 

Peripécias de um aniversário!

 
Foi sem dúvida o mais divertido, movimentado e participado aniversário que tive.
Desde logo as dificuldades do contacto, do que peço desculpa, mas que ficaram a dever-se à sobrecarga de utilização e à consequente falta de bateria no telemóvel.
Quero agradecer a todos os que, pelas mais diversas vias, me fizeram chegar os parabéns, as palavras simpáticas, aliás imerecidas, a inesquecível sanfona do Bob Dylan, muitos telefonemas e mensagens (apesar da falha de energia).
 
Mas, pedindo desculpa a todos os outros, há uma mensagem a que eu não posso deixar de responder.
É a mensagem/quadra do Manuel Carrilho publicada na Animus.
Vou improvisar-me de poeta que não sou e tentar responder-lhe assim:
 
Olá Carrilho meu irmão
Aceito, sim, a tua oferta
Vamos ficar sempre à mão
E partir à descoberta!
 
Mais novo eu quero ficar
E tu mais velho sem o ser!
Ainda havemos de estar
Em Alcains a correr!
 
Vê se te safas daí
Devagar que temos pressa
Não temos tempo a perder
Quero a tua promessa!
 
Venha de lá esse abraço
Aqui na Animus, Carrilho
Contigo eu quero aprender
Como se faz um amigo.
 
Manel, a rima é pobrezinha, mas é com muito carinho.
 
Silvério
 

 



publicado por animo às 11:22
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