Meu caro Colaço
Penso que Frank Lloyd tinha muita razão quando disse que: - "o presente é a sombra que se move separando o ontem do amanhã. Nele repousa a esperança."
O presente é o momento, é o segundo que a cada momento se renova. O passado é, quer queiramos quer não, a nossa existência física, com os nossos valores morais, os nossos amores, os nossos desamores e o amanhã é apenas e só a esperança! Esperança de dias melhores, da sorte do Euromilhões, duma velhice tranquila, da qualidade de vida que poderemos ou não ter e de tantas outras coisas que, na maior parte das vezes fica apenas pelo desejo, pelos sonhos.
Não sei se é da idade, talvez seja, mergulho com alguma frequência nas recordações do passado. Procuro, normalmente, deleitar-me com as que deixaram um rasto de alegria e de aventuras próprias da idade. Tive bons momentos no passado e, hoje, para dar um novo colorido, resolvi relatar um facto ocorrido há muitos anos, lá para os lados de Sarzedas. Na altura não foi notícia!...
Jangada para os náufragos de Medusa ( a partir de obra de Gericault).Original de antónio colaço
Há uns 52/53 anos, dois adolescentes construíram o protótipo do que viria a ser a futura moto-de-água; uma tábua à qual foram sendo pregadas várias pranchas de cortiça (umas sobre as outras), proporcionaram o nascimento daquele protótipo flutuante que foi testado numa pequena lagoa, não muito profunda,perto da nossa escola primária, na Grade.
Como piloto de teste foi escolhido o menos pesado. Sentado na estrutura cedo verificámos que a parte posterior submergia, enquanto que a frente emergia, fruto da concentração do peso apenas num único local e de grosseiro erro técnico de construção.
Como auxiliar de sustentação surge a mão do segundo elemento, puxando a prancha para cima, evitando a sua imersão.
Nem tudo corre bem, a mão deixa fugir a estrutura e esta, sem apoio, atira o piloto borda fora, caindo de costas. Uma ou duas onças de tabaco "Duque" e creio que duas embalagens de papel-mortalha compradas para o tio acabam molhadas. Rapidamente saímos da água e, para evitar algum raspanete ou mal maior, o nosso irmão sol cumpriu com a sua obrigação.
Um dos elementos fui eu e o piloto foi ... adivinhem!
Um abraço.
Adriano Afonso
NR
Espero que gostes da Jangada com que ilustro a tua saborosa crónica. Foi feita a partir de canas da Índia do meu Vale das Árvores e fez parte da minha última Exposição.A propósito, as lampreias do Nabão...continuam a saber nadar, yô?!
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