Caro Colaço!
O João Peres ligou-me ontem a pedir um texto alusivo ao encontro do ano passado.
Aí vai o que produzi hoje de manhã.
Abraço!
Luís Costa
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A PROPÓSITO DO ENCONTRO DE 18 DE JULHO DE 2009
A falar verdade, o que mais intrigava o jornalista, era a razão de ser de tal ajuntamento.
Celebrar-se-ia alguma coisa a dezoito?! O que é certo, é que apesar do denodado esforço de alguns, o encontro manifestava-se incompleto. Claramente, alguns pegaram no dezoito e não puderam ficar sem lhe tirar os noves fora. Depois, havia toda aquela algarviada: Uns a dizerem dezôito e outros a responderem dezóito. E ainda, se havia alguns que facilmente exibiam o 1, enquanto ideia/palavra original, o que noutros sobressaía era a inexorável passagem dos anos e lá iam desfilando, todos feitos num 8. Ainda noutros, era evidente o propósito de, ao menor pretexto, trocarem as voltas e fazerem daquele dezoito um oitenta e um. Não sem que os mais avisados, não acautelassem: ‘Vejam lá se vos não falta meia centena e ainda fazem disto um trinta e um!?’.
Segundo algumas dicas, do que ali se tratava era de celebrar a memória de um passado, não se sabe se comum se incomum. Mas era por demais evidente que esse passado, a existir, se desdobrara em tantos futuros, que eram mais ali os passados que as pessoas, mesmo contanto com algumas tantas que, entretanto, se foram ficando pelo caminho!
Num recanto a conversa descambara para a política, não da que já nem serve para trazer por casa, mas daquela que se ocupa das formações e relações de poder.
Ludovico, com um jeito que lhe ficara da filosofia, perorava: ‘Todas as relações humanas são relações de poder, na medida em que os humanos utilizam as diferentes características e capacidades que obtêm para influenciar as pessoas e os acontecimentos à sua volta’. Era claro que a audiência discordava, mas nem por isso ia dar o corpo ao manifesto: Segismundo tomava notas, para um longo artigo que ia escrever, e já via ali o embrião de um pequeno ‘lobby’ regional. Hermínio apenas pensava numa oportunidadezinha para o filho…, enquanto Eliodoro pairava omnipresente: Como ele sentia que o poder se confirma em pequenos rituais de reconhecimento e se demonstra na capacidade empreendedora ou distribuidora, qual Deuladeu Martins, rompendo cercos na praça de Monção.
Num outro recanto, o provável denominador comum, elevara-se a um elaborado discurso teológico. E Aloísio assanhava-se: ‘Não, sendo Deus por definição infinito, aqueles que mais o negam, são os que, por alguma forma, exibem a atitude, seja ela hasteada na presunção ou na convicção, de que O trazem dentro do bolso’. Só que aqui, ao contrário do fórum da política, o debate não era enjeitado: - ‘E não pode o Infinito revelar-se aos seres humanos’?! E Aloísio retrucava: - ‘Pode, só que todos eles apenas lhe acolhem as centelhas’. – ‘E não pode o Infinito escolher os depositários da Sua revelação’?! – E Aloísio ripostava: ‘E por que incidiria a escolha naqueles que mais O haveriam de negar’?!
O debate seguia acalorado e o jornalista cedo se apercebeu da presença de certos deserdados, a quem Deus não dispensou da procura do ‘sal da terra’. E então entendeu: Porque se não há-de ir a qualquer lugar, onde é possível encontrar ‘homens de boa vontade’!?
Luís Costa
NR
Título da responsabilidade do editor de serviço.
Mas o que este saboroso naco de prosa assinala é a confirmação de que o Luis Costa andava à espera da sua hora!!!
Luis, queremos mais!!!O editor já tinha tentado e... por diversas vezes.
O João Peres foi mais convincente! Viva o João Peres....(o que não quer dizer que continues na retranca nada escrevendo!).
antónio colaço
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