Quinta-feira, 31 de Março de 2011
MENDEIROS.A CAMINHO DO ALTAR OU A SAGA DE UM DEDINHO QUE ESTÁ ONDE NÃO DEVIA ESTAR!!!

Meu Caro António Colaço,

Com um grande abraço para o sempre jovem António Trolho,

envio-te mais um texto dos "Episódios...", lembrando o Gavião 1958

Um abraço do tamanho do euromilhões

Mendeiros

 

NR-Imagens de um outro seminário!O mais próximo do ambiente "jogo".João Lucas, um desenho, já!!!!

Meu Caro António Colaço,cá vamos a caminho do Gavião. O início das inscrições para o “ENCONTRÃO” pareceu-me a altura ideal para mais um escritozito. Assim, na onda do 14 de Maio – Um presente para o nosso passado –fui, outra vez, ao sótão das memórias repescar saudades do Gavião, para a minha segundacrónica dos “Episódios da vida de um antigo aluno…”.Coisas leves, muito leves, para partilhar em

LEMBRANÇAS. A caminho do altar…

O “enxoval” estava arrumado no malão, recheado de bolas de naftalina para afugentar a traça, e que havia de me acompanhar por dois anos no sótão daquele casarão onde apenas o recreio emparedado me permitia espreitar o outro lado do tempo.Minha mãe iria acompanhar-me na velha “carreira” com a “tromba” avançada, como a do João Torres, a que o Ti Zé M’guel, o chofer (ou xófer, como é uso na terra do Ângelo Mateus), nosso conterrâneo, dava de beber na paragem da Comenda.Eu estava um pouco apreensivo por ir para tão longe do mundo das brincadeiras e dos bailes que fazíamos na Comenda…

Ia deixar de bailar aquelas modas românticas com que embalávamos as cachopas nos braços, enquanto elas cantavam “O meu amor é padeiro, ó ai, traz a cara enfarinhada, ai, traz a cara enfarinhada; os beijos sabem a pão, ó ai, os beijos sabem a pão, ai, não quero comer mais nada…”.  Antes da partida fui ver o Ti Zé M’guel pôr água no radiador do motor da “carreira”, tarefa que alguns anos antes despertara a minha curiosidade e que me tinha levado, na altura, a desfazer todas as dúvidas sobre o assunto, meio envergonhado, uma vez que me julgava um “barra” naquela terra de poucas letras onde escrevia as cartas das vizinhas aos maridos que andavam a trabalhar “por fora”.As vizinhas ficavam de boca aberta ao verem que ainda não tinham aberto a boca e já a carta estava toda escrita com os habituais “ Meu estimado marido (ou querido, conforme o grau de intimidade que eu próprio avaliava). Em primeiro lugar, desejo que te encontres de perfeita saúde que eu e os cachopos estamos bem, graças a Deus…” E por aí fora…contando as novidades da terra que eu sabia de cor e salteado.

- Este cachopo é tão esperto! diziam elas, nem é preciso a gente dizer nada, que ele escreve a carta sozinho…

Foi mais ou menos deste jeito que o Ti Zé M’guel tinha desafiado a minha esperteza, naquele dia da interpelação mecânica e que agora, de partida para Gavião, voltámos a recordar:

- Ó Ti Zé para que é a água?

- Ora, J(o)aquim, onde é que tu deixaste a esperteza? É para a camioneta não rebentar, para que é que havia de ser? Precisa de água para arrefecer, senão rebenta.

 - Mas ó Ti Zé, isso não é água a mais? Estou a ver que ela vai rebentar mas é com tanta água!!! O Ti Zé pensa que a camioneta é algum camelo, ou quê?

Rimos com a lembrança da conversa que me ajudou a desanuviar o espírito e lá fui, então, para Gavião, a caminho do altar, predilecto de Deus, como viria a aprender depois, na tradução livre e cantada do erudito introibo ad altare Dei

No velho casarão, tudo me parecia frio a não ser a algazarra do pessoal do segundo ano que, pouco a pouco, me foi entusiasmando com o jogo da “barra (a) bandeira”.Mas os maiores tormentos ainda estavam para chegar. Os “mortos” da barra (a) bandeira e outros de pé pesado para a corrida, do segundo ano, andavam à minha volta e dos meus companheiros de infortúnio, como aves de rapina, praxando-nos com o célebre “Ó caloiro, quelle heure est-il?”Claro, a resposta não se fazia esperar com um imediato caloiro és tu, mas isso só servia para arrancar dos veteranos o riso, estridente e o sarcástico de Ah! Ah! Ah! caloiro és tu!!!...este caloiro não sabe francês!…”

Especialista no riso a bandeiras despregadas era o Joaquim Farinha Alves, de Proença, que volta e meia lá vinha com a pergunta da praxe, cheio de gozo, até que levou para contar numa altura em que me apanhei liberto de testemunhas e me empertiguei nos meus onze anos, mas já com cabedal de doze ou treze.Nunca mais me esqueci da cena: já chateado, até à raiz dos cabelos, com tanto “Ó caloiro, quelle heure est-il?”, desferi-lhe uma saraivada de “português suave”, do género “vai mas é à m… mais o caloiro, seu isto, seu aquilo, seu aqueloutroO “português suave” da Comenda não era nada inferior ao do Porto e eu estava preparado para uma segunda dose bem ao jeito da primeira, se ele reincidisse, mas o veterano achou por bem bater em retirada e escudar-se no P.e Cardoso, que eu, aliás, mal conhecia, com um simples “ O que tu precisavas era que o senhor Pe Cardoso te fizesse dobrar a língua…ó caloiro”

Não liguei importância à ameaça, ou ao que ela significava e fiquei aliviado por me ver livre, de forma tão eficiente, daquele praxista gozão.Só mais tarde, depois de identificado com os usos e costumes da época, vim a saber que espécie de ameaça constituía o Pe Cardoso com a sua varinha mágica. Juntos, faziam maravilhas! Nas aulas de português e francês, tinham o condão de fazer soltar as respostas que deveriam estar na ponta da língua, e não estavam. No recreio, a sua aparição era suficiente para fazer saltar dos bolsos as mãos que tão sorrateiramente ali se aconchegavam, fugindo dos rigores do Inverno.Mas o Pe Cardoso não acreditava muito nessa fuga aos rigores. Era mais para o desconfiado, experiente, como não podia deixar de ser, em matéria de educação juvenil. Por isso, não queria ver ninguém de mãos nos bolsos, não fosse dar-se o caso de haver algum bolso roto e aparecer por ali, como por encanto (!) mais um dedo, para além dos cinco que era suposto lá estarem, suplicando aos outros um pouco de estímulo para se tornar grande…grande aos nossos olhos, claro, não aos olhos de Deus.

Lembro-me sempre de um dedo assim, quando, segundo dizem, a contragosto, me vêm meter a mão ao bolso…para mais uma taxa ou um imposto.Quem não se lembra?

NR-Joaquim, como vês, aqui, um menino bem comportado e ...com os dedinhos, todos, ao léu!!!

Joaquim Mendeiros

Post-Scriptum: Gavião voltará a estar no meu caminho, no dia 14 de Maio, num reencontro sem varinha mágica, mas, certamente, com magia!!!

_________________________________

NR- Uma delícia Joaquim! Acho que o Virgílio Ferreira e a sua "Manhã Submersa" já foi!!!! Queremos muito mais!!!

A redacção pede, aqui, ao nosso exímio ilustrador João Lucas, entre mil e uma outras coisas de que é capaz, que aceite o nosso desafio e :"Ilustra-nos este fabuloso texto, rapaz!". Com a célebre barra-bandeira dentro, por favor!Constituirá um belíssimo texto para o opusculo que tentamos preparar para Gavião!!!

antónio colaço



publicado por animo às 09:53
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GAVIÃO2011.SOMA E SEGUE.A LISTA ACTUALIZADA

 

 

GAVIÃO.14.MAIO.2011. UM PRESENTE PARA O NOSSO PASSADO

 

INSCREVE-TE AGORA MESMO!

 

joaoperes@live.com.pt

  1. Abílio Delgado                61/62    e Maria Isabel Delgado    (2)

  2. Adriano Afonso Mendes             61/62    e Ana de Jesus         (2)

  3. Alcino Ramos Alves            54/55                (1)

  4. Américo Augusto Lourenço        68/69                (1)

  5. Ângelo Dias Mateus            61/62    e Maria Odete        (2)

  6. Anselmo Martins Dias            61/62    e Ana Paula        (2)

  7. Antero L. Amaro                63/64                (1)

  8. António Gil Martins Dias            60/61    e Maria José        (2)

  9. António Joaquim Alves            55/56                (1)

  10. António José Delgado Colaço        63/64    e Maria Filomena    (2)

  11. António M. Ventura            61/62    e Emília de Jesus        (2)

  12. António Martins Rodrigues        62/63    e Maria da Graça        (2)

  13. António Silva Duque            63/64                (1)

  14. Arménio da Silva Duque            66/67                (1)

  15. Carlos Simão Martins Mingacho        67/68    e Cesaltina Mingacho    (2)

  16. Cipriano Piedade Pires            61/62    e Fernanda Pires        (2)

  17. Elias Assunção Pita Lopes            55/56                (1)

  18. Fernando Patrício da Silva        45/46                (1)

  19. Florentino Beirão            55/56                (1)

  20. Francisco António Farinha Manso        57/58    e Olávia            (2)

  21. Francisco da Silva Amaro            60/61    e Filomena Pombal    (2)

  22. Francisco Lourenço Cardosa        56/57                (1)

  23. Francisco Nogueira Manso        61/62                (1)

  24. Francisco Pedrógão Pousadas        61/62    e Maria Odete        (2)

  25. João A. Chambel Matos Isidro        68/69                (1)

  26. João da Conceição Roque            63/64    e Maria José        (2)

  27. João Henrique Martins Dias        61/62    e Maria Isilda        (2)

  28. João Nunes Peres            61/62    Isabel Peres e José A Peres(3)

  29. Joaquim Alberto Dias Nunes        63/64                (1)

  30. Joaquim Silvério Dias Mateus        61/62    e Maria da Conceição    (2)

  31. José Eduardo Mora Alves            61/62    e Margarida Alves    (2)

  32. José Henrique Alves da Silva        61/62    e Maria Filomena    (2)

  33. José Manuel Domingues Eusébio        61/62                (1)

  34. José Manuel Tavares Castilho        58/59                (1)

  35. José Rodrigues Lourenço            62/63                (1)

  36. José Ventura Fernandes Domingos        61/62    e Maria Emília        (2)

  37. Luís António de Matos Pereira        63/64    e Lídia Pereira        (2)

  38. Luís Rodrigues Diogo            62/63    e Isabel Diogo        (2)

  39. Manuel Alves Joaquim            61/62                (1)

  40. Manuel Carmona Pires Lourenço        63/64    e Ana Maria        (2)

  41. Manuel Carneiro Pires Antunes        49/50    e Mª Emília P. Antunes    (2)

  42. Manuel Lopes Cardoso            61/62    e Noémia Cardoso    (2)

  43. Manuel Pires Marques            48/49    e Mª Etelvina P. Marques    (2)

  44. Manuel Ribeiro Martins            61/62                (1)

  45. Mário do Espírito Santo Pissarra        61/62    e Maria Fernanda        (2)

  46. Ramiro Martins Lopes            63/64    e Isilda Lopes        (2)

  47. Raul Alves Fernandes            61/62    e Maria Lucinda        (2)

  48. Vítor Manuel Fernandes Diogo        61/62    e Maria Teresa        (2)



publicado por animo às 09:46
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Quarta-feira, 30 de Março de 2011
GAVIÃO2011.ANTÓNIO TROLHO VAI LÁ ESTAR E QUER ENCONTRAR TODOS OS COLEGAS DE 1949!

Para surpresa do editor, o António Trolho, natural de Proença-a-Velha e entrado em Gavião em 1949, foi um dos participantes nos AAA-Animados Almoços da Ânimo, no restaurante RES PUBLICA, da Associação 25 de Abril, promovido pela ânimo, blog animado pelo editor, e que hoje contou com a presença, como convidada, da jornalista Maria Flor Pedroso.

 

Ocasião que aproveitámos para dois dedos de conversa com o António Trolho!

Bem-vindo, António!

 



publicado por animo às 20:25
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ADIVINHA QUEM VEM JANTAR, HOJE?!

 

Não, não é a Maria Flor Pedroso nem nenhum dos militares de Abril que hoje estiveram nos animados almoços que o editor anima no restaurante RES PUBLICA da Associação 25 de Abril!

Mas...está nesta imagem a visita surpresa que, mais logo, trazemos para contar!

Sim, é um dos nossos!

Vais saber quem!

Até mais logo!

antónio colaço



publicado por animo às 18:06
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Terça-feira, 29 de Março de 2011
PE HORÁCIO E "HÁ VIDA NA CHARNECA" EVOCADOS POR JOÃO OLIVEIRA LOPES

 

NR - Única imagem que conseguimos encontrar na net!Se tudo correr bem, esperamos ter dois dedos de conversa com o Pe Horácio na próxima semana.ac

 

Sim! Há Vida na Charneca

 

 O P. Horácio  é conhecido de todos nós. Mesmo daqueles que não tiveram a sorte de ter sido seus alunos.  Nos encontros da Buraca, lá aparecia como sempre foi: discreto, delicado, afável, pronto para contar uma história  de encantar,   vendo , nas mais acidentadas  situações da vida,  a mão protectora de Deus. Na plenitude  crepuscular dos anos, não deixa  esmorecer o toque de humor aristocrático em que se congraça  a simplicidade com a legenda dourada de missionário e  artista.   É  esta faceta que, só em parte, gostaria de abordar, como aperitivo do nosso grande encontro do Gavião!

 Alguns dados biográficos:  Nasceu em Góis em 16.07.1925.  “Lembro-me de o ver passar na rua todo jovem e airoso, vestido de preto. Filho dos saudosos Goienses   Augusto Nogueira e Albertina Melão, tive mesmo a oportunidade de ler o seu livro: “ Há Vida na Charneca”, e conheciuma letrainteressante que fez para uma marcha do S. João, do Terreirinho-Góis, local exacto onde nasceu.”- testemunha um seu conterrâneo.  

 Infelizmente, ainda não tive acesso a outras obras como “ Estrela da Planície”( poemas,1955); “Cabo Verde”, ( Poemas, 1960): “ Natal em S.Tomé” ( Novela, 1962); “ A Vida recomeça hoje” (Novela, 1962) …

 

 Antes de me referir à sua   “Há Vida na Charneca”, esse admirável políptico de várias narrativas alentejanas, deixem-me puxar um pouco pelo fio das recordações…Estou a vê-lo a descer a escadaria da parte traseira do velho solar do seminário do Gavião, onde se erguia, altaneira, uma buganvília queia enroscar-se nas grades do varandim. Era uma tarde de 1954. Lembro-me, como se fosse hoje, do sorriso solar e simpático  que dirigiu a um magote de rapazes que  ali se encontrava,  à espreita da última réstia de sol. Montou na motoreta  e disparou a caminho da Comenda. Dois anos depois, já o encontramos em Alcains, como professor de Música e Matemática, uma associação pitagórica  que o seu espírito cultivava com talento e esmero.

Às vezes, sentado no muro, debaixo dos plátanos, respirando o perfume da quinta, dedilhava, concentrado, o número de sílabas de um verso. No convívio com as musas, os seus olhos ganhavam outro fulgor!

 No fim de cada período, lá íamos em procissão para o ritual da despedida. O Senhor Reitor, guardião do santuário, alertava-nos para os perigos da liberdade. Fora da gaiola, sabe-se lá em que armadilhas os passarinhos podiam  cair!  No quarto do P. Horácio, não havia sermões. Cantava, sim, a banda filarmónica dos  bonecos.  E nas estantes, fileiras de volumes castanhos da Livraria Sá da Costa escondiam o mundo encantado da Literatura onde pulavam as palavras,  em cuja exploração,  desde cedo, o nosso escritor,   se ocupava com afinco e prazer. É este domínio da linguagem, em todos os seus cambiantes, a par do recorte modernista da sua frase e da mestria da arte de contar, que mais terá agradado aos críticos aquando da publicação da sua “Há Vida… “João GasparSimões, o corifeu da crítica, por muitos e largos anos, não poupou nos elogios. Em que não era pródigo, diga-se de passagem!

 Em 1959-60, depois de ter fundado, com sucesso, o Orfeão deCastelo Branco, repete, em escalaintercontinental, a breve aventura do Alentejo, que lhe deixara fundos sulcos na alma. O poeta não cabia nos muros de uma quinta da Beira. Tomara o gosto do espaçoinfinito da planície! E quando o espírito missionário se lhe junta, não há amarras que o prendam. O apelo de África arrancou-o de vez ao chão estreito e rotineiro do seminário, que fora a sua escola de formação cultural e artística – um berço onde não lhe faltara um paie um mestre. Coisa forte de mais para ser esquecida, como deixou escrito nas primeiras páginas da “ Há Vida…”

 As  narrativas desta obra trazem a autenticidade da marca da 1ª pessoa, em que o “eu” narrante tende aidentificar-se, em certa medida, com o “eu” narrado. Encontram-se emolduradas entre dois momentos de tensão dramática, de sinal contrário, separados pela duração de dois breve anos.  A “despedida” do Senhor Reitor assume o significado negativo, disfórico, diria, tão doloroso quantoimprevisto. O caso foio seguinte: o autor sentiu vontade de fazer uma experiência pastoral fora do seminário. Para um jovem padre que, para mais, sentia pulsar dentro de siuma alma de poeta, nada mais natural do que o desejo de alargar os  horizontes de comunicação no contacto refrescante com novos espaços e novas gentes.

 Saboreava ainda a alegria da nomeação para a Comenda quando se viu envolvido num “conflito” com o Senhor Reitor,  que, nessa atitude, viu um agravoimperdoável.  E, como não era pessoa para engolir afrontas, desferiu-lhe, ríspido: “Só desejo que seja feliz e que nunca se arrependa do crime que cometeu.”O jovem professor ficou siderado. Nessa noite, suando, febril, com o remorso a morder-lhe a consciência, os olhosinchados de lágrimas represas, mal adormeceu.

 Virada a página, com o espírito solar que o caracteriza, despede-se dos plátanos, carvalhos, amendoeiras…num dia lindo de viagem. “ E parto. Parto para o desconhecido. Para uma vida nova.”

 Demos agora um salto de dois anos, para, em contraponto, colocarmos outra situação de “despedida” ( ler éisto: confrontar textos!) em que entraigualmente um velho venerando de cabeça nevada por muitosinvernos. Por um desígnioinsondável do poder, “ Malhas que o Império tece!”, o autor vê-se obrigado a regressar ao ponto de partida. Vem “contente”, mas não radiante de alegria. Atravessa-o um travo de saudade e a mão cheia dos afectos semeados em plena planície alentejana. Ouçamo-lo na suavidade da voz do narrador, moderada e “cantabile”:  “Foina hora da partida. Um velho alentejano avançou do meio de todos e, com duas lágrimas grossas a saltar dos olhos, subiu os degraus do varandim da casa:” deixe-me dar-lhe um beijo, que o senhor merece-o!” Este beijo, carregado de simbolismo, sintetiza, de forma expressiva, o balanço da acção humana e pastoral do autor. As portas do mistério da planície, fechadas em reservas e desconfianças noinício, abrem-se-lhe agora de par em par. Arrotear terras bravias, abrir clareiras, rasgar caminhos… de humanidade e  poesia - eis o que o poeta-pastor fizera.  Para transformar a charneca numa terra de encanto, muito lhe serviu a magia do sorriso - aquele sorriso da escadaria do velho solar e a sensibilidade  humanística do ofício de Orfeu.

 ( Há mais uns tantos episódios para comentar. Fá-lo-ei, em dois apontamentos, se quiserem)

Um abraço, João.

 

João de Oliveira Lopes



publicado por animo às 16:16
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PARABÉNS, CIPRIANO PIRES

 

O nosso amigo Cipriano Pires, do ano de 1961 (966273574), que protagonizou, em Abrantes, com esse amigo outro, o Figueiredo, uma das mais espantosas histórias destes nossos reencontros!!!!

Para já, grande Cipriano, parabéns!

 

 

Não faças anos, Cipriano

Deixa-me ser eu a fazer

Ficas tu um ano mais novo

E eu mais velho sem o ser!

 

Carrilho Delgado

 

antónio colaço

apoio

adriano afonso

joão peres



publicado por animo às 15:47
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Segunda-feira, 28 de Março de 2011
CIRCULO ANIMUS A VER ESTRELAS MAS COM OS PÉS BEM ASSENTES NA TERRA!PARA A PRÓXIMA SERÁ! JUNTA-TE A NÓS!

Não vamos gastar mais saliva a explicar o que é o CIRCULO ANIMUS!

Desçam uns post e descobrem tudo o que é preciso saber!

O Joaquim Mendeiros, pai da iniciativa, está à espera de mais fundadores que ficaram à espera de verem se, afinal, ganhávamos o Euromilhões da semana passada!!!

Como não queremos tudo só para nós lá o deixamos seguir caminho até...Chaves!

Olhem se ganhássemos, as pragas que, a estas horas, não estariam para aí a rogar-nos?!!!

Por isso, ainda estão a tempo de reconsiderar bastando, para tal, que lhe liguem - Mendeiros 969015114 - e verão os vossos nomes inscritos no céu....quer dizer, nas estrelas do Euromilhões!!!

Pronto, e para que não digam que temos vergonha, podemos informar que, para primeira cartada, até nem nos saímos mal!!!

Então não é que.... só acertámos....uma estrela?!

 

Como dizia o Mendeiros, chamado à razão pela redacção, "deixa lá, é a estrela que nos vai guiar de futuro!!!"

 

E para que não fiquem a ver estrelas.... enquanto aqueles que ainda não se decidiram participar o façam (se quiserem, claro, ninguém é obrigado!) deixamos-vos com o Rui Veloso!!!

Quem é amigo, quem é?!

 

antónio colaço

joaquim mendeiros

 

 

CÍRCULO ANIMUS

MEMBROS FUNDADORES – 25MAR2011

 

1 – Joaquim Mendeiros Pedro

2 – Joaquim Dias Nogueira

3 – Joaquim Silvério Dias Mateus

4 – António José Delgado Colaço

5 – José Manteigas Martins

6 – Manuel Velez da Costa

7 – Abílio Cruz Martins

8 – Alberto Dias Duque

9 – Manuel Augusto Inácio

10 – Francisco Lourenço Cardosa

11 – Manuel Carmona Pires Lourenço

12 – José António Cardoso Pedro

13 – José da Silva Duque

14 – José Manuel Tavares Castilho

15 – José Ventura Fernandes Domingues

16 – Virgílio Dias Moreira

17 – Jorge Lopes Nogueira             

18 – José Carlos Calvário Antunes

19 – Manuel Domingues

20 – João Peres

21 – José Laia

22 – João Torres Ferreira

23 – António  Brito Missionário

24 – Carlos Diogo

25 – Álvaro de Jesus

 

 



publicado por animo às 14:18
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GAVIÃO 2011. JUNTA-TE A NÓS.QUEREMOS OUVIR A TUA VOZ!!!(lista actualizada!)


Gostamos muito desta foto.É do Pergulho 2009 mas pode sempre dizer-se que, a cada hora que passa, aumenta a marcha a caminho de Gavião14MAIO2011!

A lista actualizada num trabalho conjugado João Peres e Adriano Afonso.

 

Para inscrições:

joaoperes@live.com.pt

 

 

  1. Adriano Afonso Mendes             61/62    e Ana de Jesus         (2)

  2. Américo Augusto Lourenço        68/69                (1)

  3. Ângelo Dias Mateus            61/62    e Maria Odete        (2)

  4. Anselmo Martins Dias            61/62    e Ana Paula        (2)

  5. Antero L. Amaro                63/64                (1)

  6. António Gil Martins Dias            60/61    e Maria José        (2)

  7. António Joaquim Alves            55/56                (1)

  8. António José Delgado Colaço        63/64    e Maria Filomena    (2)

  9. António M. Ventura            61/62    e Emília de Jesus        (2)

  10. António Martins Rodrigues        62/63    e Maria da Graça        (2)

  11. António Silva Duque            63/64                (1)

  12. Arménio da Silva Duque            66/67                (1)

  13. Carlos Simão Martins Mingacho        67/68    e Cesaltina Mingacho    (2)

  14. Cipriano Piedade Pires            61/62    e Fernanda Pires        (2)

  15. Elias Assunção Pita Lopes            55/56                (1)

  16. Fernando Patrício da Silva        45/46                (1)

  17. Francisco António Farinha Manso        57/58    e Olávia            (2)

  18. Francisco da Silva Amaro            60/61    e Filomena Pombal    (2)

  19. Francisco Lourenço Cardosa        56/57                (1)

  20. Francisco Nogueira Manso        61/62                (1)

  21. Francisco Pedrógão Pousadas        61/62    e Maria Odete        (2)

  22. João da Conceição Roque            63/64    e Maria José        (2)

  23. João Henrique Martins Dias        61/62    e Maria Isilda        (2)

  24. João Nunes Peres            61/62    Isabel Peres e José A Peres(3)

  25. Joaquim Alberto Dias Nunes        63/64                (1)

  26. Joaquim Silvério Dias Mateus        61/62    e Maria da Conceição    (2)

  27. José Eduardo Mora Alves            61/62    e Margarida Alves    (2)

  28. José Henrique Alves da Silva        61/62    e Maria Filomena    (2)

  29. José Manuel Domingues Eusébio        61/62                (1)

  30. José Rodrigues Lourenço            62/63                (1)

  31. José Ventura Fernandes Domingos        61/62    e Maria Emília        (2)

  32. Luís António de Matos Pereira        63/64    e Lídia Pereira        (2)

  33. Luís Rodrigues Diogo            62/63    e Isabel Diogo        (2)

  34. Manuel Alves Joaquim            61/62                (1)

  35. Manuel Carmona Pires Lourenço        63/64    e Ana Maria        (2)

  36. Manuel Lopes Cardoso            61/62    e Noémia Cardoso    (2)

  37. Manuel Ribeiro Martins            61/62                (1)

  38. Mário do Espírito Santo Pissarra        61/62    e Maria Fernanda        (2)

  39. Ramiro Martins Lopes            63/64    e Isilda Lopes        (2)

  40. Raul Alves Fernandes            61/62    e Maria Lucinda        (2)

  41. Vítor Manuel Fernandes Diogo        61/62    e Maria Teresa        (2)



publicado por animo às 14:08
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SER FELIZ PELO QUE SE É E NÃO PELO QUE SE APARENTA. OU DE COMO UM SORRISO PELA MANHÃ PODE SALVAR O DIA!

 

Manel Domingues, 3º a contar da esquerda. Manel, feliz entre iguais!(ac)

 

FOMENTADORES DE COCHOS

 

Trabalhar em equipa é indispensável para alcançar objectivos e tão melhor ela deve ser quanto mais arrojado for o projecto: sobejamente sabido e apoiado até. Nas equipas precisam-se elementos para as diferentes funções e, por vezes, também há os “espertos” (que também podem ser cochos), que são os primeiros a colher os louros e reivindicar direitos e que se vão colando.
Estava eu a ouvir relatos de vida de pessoa “bem sucedida” pelos sinais exteriores, pelas pessoas que conhece, pelos padrinhos que tem, essas coisas, que dei por mim agitado com o meu pensamento transportado para muitos outros assuntos inerentes. Não se trata de nada que não saiba mas são questões que mexem comigo.
Então os feitos concluíam-se assim: encostei-me a… (citei). Foi assim que verifiquei tratar-se de um cocho. Ir ao hospital, a uma repartição pública, adquirir documento, havia sempre um encosto e perguntei-me se haveria alguma coisa que tal personagem fizesse sem “moleta”. Parece-me que daquela vez que o sujeito foi ao hospital passando, segundo ele, à frente de toda a gente, porque tinha lá encosto,… não ficou bem curado, não largou a moleta!
Assim como há os que chamo de “fomentadores da crise”, os que se aproveitam da crise para fazer bons negócios (para eles próprios, claro), há também os fomentadores dos cochos porque ao lado de uns vai havendo os outros. E o encostado sente-se bem também, tem uma posição de destaque, há quem venha ter com ele, pedir-lhe “batatinhas”, faz-lhe a vénia… e assim vai andando este país ao “pé-coxinho”.
Trabalhar em equipa, precisarmos uns dos outros sim, absolutamente, indispensável; dependência é doença.
Infelizmente há quem não tenha escrúpulos em queimar um amigo, e amigos que arriscam a queimar-se. A grandeza do homem está na sua obra (sua). Quantas vezes se adquirem coisas que não se usam, só para o cenário, porque infelizmente é-se respeitado não pelo que se é mas pelo que aparenta.  Eu vinha alimentando a esperança de uma certa transformação de mentalidades e vislumbram-se só: talvez o defeito esteja mais na minha impaciência.
 Tão bom que é ir, nem que seja só tomar um café, e ser atendido por gente que não está a fazer frete. Tenho a impressão de que a maior parte das pessoas estão contrariadas nos seus locais de trabalho por vezes parecem condenados, difícil perceber por quê, havendo tantos que não têm e queriam ter. Ser ou não ser feliz depende, por vezes, de tão pouco: é mais uma vez uma questão de relatividade, olhar para baixo (para os que estão pior), valorizar o que se tem (fazer o filme do que seria não tendo), pensar em tantas coisas que se têm e desvalorizar outras que tantas vezes são autênticos caprichos, brinquedos que depois de usar meia dúzia de vezes deitamos pró lado.
Ser feliz ou fazer alguém feliz, pode ser um sorriso que se recebe ou dá, uma buzinadela que não se ouviu ou não se deu, o desapego ao supérfluo.

Uma acção por boa ou má que seja… pequeníssimos pormenores no início de um dia, por exemplo, podem transformar a vida de alguém.

Manuel Domingues 



publicado por animo às 13:57
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ASSOCIAÇÃO.SIM OU NÃO? O DEBATE CONTINUA ! VENHA DE LÁ A TUA OPINIÃO!

O texto do Mário Pissarra é, como todos, um texto para ser comentado, numa palavra, partilhado, por quem apoia assim como por quem discorda.

Apenas se exige que assinem por baixo as opiniões que sustentam.

É o caso do nosso querido Jaime Gaspar que fomos tirar da penumbra dos comentários!

Para o Jaime e para todos:

- é preferível que nos escrevam para o mail. Com os telemóveis, e o acesso àinternet que possibilitam, mais rapidamente damos por ela, a vossa opinião, claro, e a editamos com a dignidade que merece!

Por outro lado, como mais do que uma vez aquidissemos e outros amigos referiram, em Gavião, todo o tempo vaiser pouco não só para matar as saudades como, e acima de tudo, iniciar novas cumplicidades, novas amizades com pessoal de outros anos e cujo convívio, os primeiros passos - deixem-nos puxar dos galões!!! - estão a ser dados aqui, na animus!Por ex. "eh!pá tu é que és o fulano, beltrano, que tem escrito aquelas coisas lá na animus?!Tantas vezes me apeteceu responder-te!Dá cá um abraço, penso como tu (cenas ao contrário também são aceitáveis!!!).

Porisso,venham de lá essas opiniões, para que levemos para Gavião o trabalho de casa bem adiantado.

O nosso mail:

animados30@gmail.com

 

antónio colaço

______________________________________________

 

A INFORMALIDAE FOMENTA A UNIÃO

 

 

Jaime Gaspar, o 2º a contar da direita, no memorável Pergulho 2009!

 

Subscrevointegralmente e sem reservas a opinião sábia do Mário Pissarra. Seido que falo, pois também colaboreie faço parte de uma associação formalmente constituída.No caso analisado pelo Mário ainformalidade é que pode fomentar a união, o contrário criará a desarticulação, podem crer. Especialmente tendo em conta as sábias e oportunas considerações do Mário. Esta a minha sincera opinião.

Jaime

 

____________________________

 

ESPAÇO PARA A TUA OPINIÃO.Venha ela!!!



publicado por animo às 13:36
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