Mendeiros,
 
Ainda bem que avivaste a memória! Tinha eu acabado de "aterrar" em Lisboa (28 de Maio de 1960), como emigrante das Beiras (mais propriamente do Alentejo, porque vim de Portalegre, via Tolosa), andava ainda a deitar contas à vida, quando, pouco tempo depois, tive a visita reconfortante do Pe. Gabriel. É que ele dava-se muito bem com o meu primo Pe. Jaime Nabais, também já falecido, na altura pároco de Tolosa, e visitavam-se muitas vezes.
 
Pois, nem mais nem menos, levou-me à Portugália, na altura a catedral da cerveja e dos bons meios-bifes, que custavam nesse tempo 6 ou 8 escudos. Foi para mim um espectáculo ver aquela sala cheia de gente, estávamos no princípo do verão, e  o Pe. Gabriel presenteou-me, além do habitual, com um prato de gambas. Que maravilha! Escusado será dizer que aquela casa continuou a ser para mim e para os colegas da altura, Pires Marques, António Silva Rito e outros de que agora não me lembro (é já a idade) o nosso local de encontro para as comemorações, ou era a aprovação num exame, a mudança de emprego, uma promoção, etc., mas levava-se a caixa de gambas, comprada no Mercado da Ribeira, para a coisa não sair tão cara. Só pagávamos a bebida e o meio-bife com muito molhinho, como o Rito gostava e que ainda pedia 2ª. dose de molho. The good old days.....
 
A  relação com o Pe. Gabriel continuou ao longo do tempo, interessava-se muito com a nossa situação, e sempre que vinha a Lisboa telefonava para a casa onde estava hospedado para um encontro.
 
Vamos ter um Julho muito preenchido, estou já a ver.
 
Um abraço do

MPAntunes