Hoje, num mundo cada vez mais massificado, globalizado e normalizado, onde parece que tudo é cada vez mais igual, as regiões como o Pinhal Interior Sul só podem sobreviver se se apresentarem como diferentes e souberem oferecer o que não existe em mais lado nenhum. Será uma forma de “obrigarmos” as pessoas a virem cá.
A sua História e a sua Cultura são únicas. Não há igual em qualquer outro lugar e foi sobre história e cultura de Oleiros que nos reunimos para conversar, na CASA DA CULTURA DE OLEIROS, a 14 de Abril de 2012.
Falámos de ANTÓNIO DE ANDRADE, padre jesuíta, nascido em Oleiros (1581) e falecido em Goa (1634), “escalador dos Himalaias e descobridor do Tibete”, que entrou em Tsaparang à procura de antigas comunidades cristãs de que tinha ouvido falar. Recordando as cartas em que relata as suas viagens e estadias no” Tecto do Mundo”, sofremos com o frio insuportável das neves permanentes e arrepiámo-nos pelos íngremes carreiros de cabras das mais altas montanhas “que se pode imaginar”.
Observámos a fauna e flora do Tibete e os costumes dos povos da região, assim como assistimos a vivas discussões teológicas entre um sacerdote jesuíta e os lamas locais.
Recordámos as “Memórias” de D. JOÃO MARIA PIMENTAL, Bispo de Angra, nascido em Oleiros (1815) e falecido nos Açores (1889). Com Pimentel, revisitámos Oleiros do século XIX, observando os defeitos e as virtudes das suas gentes, a sua economia e os seus costumes.
Fomos soldados da GUERRA PENINSULAR, combatendo pela defesa das nossas terras na Guerra Fantástica (1762), na Guerra da Laranjas (1801) e perseguindo os franceses que iam em socorro de Massena (1811) pela Estrada Nova.
Finalmente, participámos na implantação da 1ª REPÚBLICA que, naquele mesmo edifício em que estávamos, foi aclamada, em Oleiros, a 9 de Outubro de 1910. Tivemos oportunidade de perceber como nem sempre as mudanças políticas correspondem a mudanças sociais e como são velhos os fenómenos de “adesivismo” e de “ vira-casacas” …
No fim uma certeza, a de que todos ficámos mais conscientes das nossas raízes. E como o povo diz que quem se agarra ao chão, nunca cai…
António Manuel M. Silva
14 de Abril de 2012
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